19.3.13

Chão

Caio chulo de boca no asfalto
Sangue nas mãos, nos lábios e nos olhos
Os óculos repousam distantes, intactos
A música continua tocando
A trilha sonora do fracasso
Era só o que me faltava
Gelo no joelho e vodca no lábio cortado

Se um dia eu explodir, vou explodir bem. Vou explodir sem elegância e sem cerimônia. Meio que desisti de morrer da forma convencional. Melhor, decidi não me matar de maneira típica. Roubarei uma ogiva, um trator, um caminhão de gasolina.

Fico lambendo as cinzas do carpete e não entendo por que as coisas foram chegar nesse estado. Eu, invejando tantos outros. Querendo tais vidas pra mim e praguejando contra meu conforto adquirido. Eu que sempre fui feliz e destemido caio forte no concreto.

Às vezes só fica difícil seguir em frente.