Hoje sou deus, um ateu, quem diria.
embriagado gritando mil pragas nos bares.
E há quem ouse transubstanciar tal ares
em beleza, em arte, produto, poesia.
Mas é solidão, agonia e tristeza
meu escárnio supremo e tal senso comum.
Vomito em tuas pernas sem pudor algum,
sem classe, virtude, bondade, pureza.
E sim, indecente, te mijo à fuça
meu sangue em asco a tua boa conduta.
Minha existência,a doença em tua vida.
Não chama meu ódio de arte maldito
que te furo os olhos e te rasgo o grito.
Não sou poeta, sou cão sem família.
Fábio Altro